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Governo prevê gastar 120 milhões na mitigação das cheias

Por admin

A Ministra da Administração Estatal (MAE), Carmelita Namashulua, assegurou aos deputados da Assembleia da República (AR) que o Governo já tem um plano de contingência para faze

face às cheias que poderão ocorrer na presente época chuvosa. Segundo afirmou, no Orçamento do Estado para 2013 estão inscritos 120 milhõesde meticais para garantir a realização das acções de pré-posicionamento, avisos e alertas prévios às pessoas em iminente perigo, busca, salvamento e ajuda humanitária aos mais necessitados. 

Namashulua, que falava semana finda no Parlamento no espaço reservado às comunicações antes da ordem do dia, disse ainda que para a presente época chuvosa a previsão climática indica para o período Outubro-Novembro-Dezembro de 2012, a probabilidade de ocorrência de chuvas normais com tendência para abaixo do normal na zona Sul do país e nas províncias de Manica e Sofala, bem como na parte sul de Tete e Zambézia, e chuvas normais com tendência para acima do normal na zona Norte.

Para o período Janeiro-Fevereiro-Março de 2013, segundo afirmou, espera-se a ocorrência de chuvas normais com tendência para acima do normal nas zonas Norte e Centro e chuvas normais com tendência para abaixo do normal na zona Sul.

Como consequência, espera-se um cenário hidrológico normal durante o primeiro trimestre da época chuvosa, mas com alguma probabilidade de cheias,“risco médio”, nas bacias do Licungo, Zambeze e Maputo.

No segundo trimestre, há grande probabilidade de “risco alto” de cheias nas bacias do Zambeze, Licungo e Messalo e “risco médio” nas bacias de Lúrio, Mecubúri, Monapo, Meluli, Ligonha, Melela, Púnguè, Búzi, Save e Maputo.

Face a esta precipitação, a Ministra da Administração Estatal explicou que estão descritos três cenários, que poderão afectar um total de um milhão, oitocentos e treze mil e quatrocentas e setenta e quatro pessoas (1.813.474).

Na ocasião, Namashulua afirmou que para o primeiro cenário prevê-se que 307 mil pessoas sejam afectadas, o que representa uma redução de cerca de 60 por cento comparativamente ao ano anterior.

Em relação ao segundo cenário, que combina a eventualidade de ocorrência de risco alto de cheias e de ciclones com ventos até 160km/h, estima-se que sejam afectadas 518.989, o que representa um decréscimo de cerca de 40 por cento em relação à época passada.

Já o terceiro cenário, que combina a probabilidade de ocorrência de ciclones com ventos superiores a 160km/h e a eventualidade de ocorrência de sismos, estima em cerca de 986.994 pessoas o número de pessoas que poderão estar em risco.

Assim sendo, aquela governante afirmou que dever-se-á prestar maior atenção à zona Sul que, em geral, apresenta probabilidades baixas a moderadas para a satisfação hídrica das culturas, o que poderá influenciar negativamente nos rendimentos das culturas.

“Maior atenção ainda deverá se prestar em algumas regiões da zona Centro e Norte, onde poderão ocorrer situações de inundações localizadas e consequente excesso de humidade para as culturas,”disse Namashulua.

Ainda de acordo com a ministra, nos últimos 5 anos o Governo reestruturou o sistema de gestão de calamidades e de emergências em particular, tendo introduzido mais duas estruturas de coordenação e intervenção multissectorial, nomeadamente, o Centro Nacional Operativo de Emergência (CENOE) e a Unidade Nacional de Protecção Civil (UNAPROC), que têm contribuído para respostas rápidas e em tempo útil nos casos de emergência.

Para conferir maior robustez ao sistema, está-se no processo de capacitação das comunidades, tendo sido criados até ao momento cerca de 760 Comités Locais de Gestão de Risco de Calamidades em lugares considerados mais propensos a estes fenómenos.

“Face ao exposto, queremos aproveitar este pódio para, através de vós, exortar a todo o povo moçambicano, no sentido de tomar todas as medidas de precaução face à possibilidade de ocorrência de calamidades, tendo em conta que ainda estamos na fase inicial da época chuvosa”,disse Namashulua apelando aos municípios, sector privado, organizações da sociedade civil, entre outros actores, para considerar nas suas actividades o risco de calamidades, devendo a sua abordagem ser feita não de forma ad-hoc mas numa perspectiva integrada de desenvolvimento.

Acrescentou que maior aposta deve ser dada a acções preventivas. “A experiência dos últimos anos demonstra que a adopção de medidas de prevenção tem contribuído substancialmente para a redução de acções reactivas em momentos de emergência. É neste contexto que a prevenção é e deve continuar a ser considerada como um dos principais pilares para o sucesso das acções de gestão e redução do risco de calamidades, bem como para a melhoria do bem-estar das nossas comunidades”. 

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