Imagine-se um indivíduo bem aparecido que solicita um duplo de Whisky num desses restaurantes topo de gama e quando o pedido lhe é satisfeito começa por derramar parte do líquido na tapeçaria antes de tomar a sua parte. Entende ele que está a satisfazer as vontades dos espíritos que lhe permitiram calcar aquele nível de santuário gastronómico.
Outros e mais outros tomam uma cerveja, vinho ou gin e, antes de deitarem a última goela abaixo, giram o copo como se buscassem reunir os resquícios. Geralmente isso se faz quando se está perante bebidas tradicionais, de tipo pombe, sura, entre outras do género. Mas, é a tal coisa de ter o subúrbio impregnado nas entranhas.
Dizia um velho amigo do bula-bulaque a qualidade do que se come e se bebe determina o tipo de conversa e comportamento dos convivas. Por exemplo, quem está à mesa a degustar uma lagosta e a regá-lo com um vinho verde terá tendência a puxar conversa diferente de quem está diante de uma mandioca ou batata-doce e chá servido em chávena metálica ou plástica. O cérebro faz o TPC sozinho.