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Dados fornecidos pela instituição indicam que, no ano passado, 4576 estudantes beneficiaram de bolsas para diferentes instituições do ensino superior, sendo 3150 dentro do país e as restantes no estrangeiro. Em 2015 foram atribuídas 4120 bolsas.
Alguns cidadãos ouvidos pelo domingo referem que a divulgação das oportunidades de bolsas de estudo é restrita, circunscrevendo-se apenas às sedes distritais e que os beneficiários da informação são apenas os funcionários públicos. Este ponto de vista é, contudo, rebatido pelo Instituto de Bolsas.
António Mário, natural do distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado, é estudante do Instituto Superior de Artes e Cultura (ISArC), no município da Matola.
Ele conta que soube da existência de bolsas de estudo em Pemba para onde se havia deslocado a fim de fazer exames de admissão ao ensino superior.
“Quando cheguei a Pemba concorri a uma bolsa de estudo, mas não consegui. A informação não chega aos distritos, termina nas capitais provinciais”.
Enquanto isso, Luís Faquirá, funcionário público afecto ao distrito de Memba, província de Nampula, disse que neste ponto do país nunca houve comunicação sobre a existência de bolsas. Sublinhou que os poucos que se beneficiam delas são os técnicos de alguns departamentos de instituições do Estado.
“A nós apenas é comunicado que certo colega estará ausente por um determinado tempo porque beneficiou de uma bolsa de estudo e ninguém explica como a conseguiu.”
Por sua vez, Bill Claiber, aluno da 11.ª classe na Escola Secundária Francisco Manyanga, em Maputo, disse que soube da existência de bolsas de estudo através dos pais.
“Os meus pais disseram-me para estudar e ter boas notas, em compensação vão reunir condições para eu ter bolsa de estudo. Não sei como vão conseguir a tal bolsa”,disse.