Texto de Pedro Nacuo
Roque Silva Samuel, o secretário-geral da Frelimo eleito no XI Congresso recentemente realizado, aceitou dar, em exclusivo, uma entrevista ao domingo, que queria que dissesse, não só aos seus camaradas, mas essencialmente a todos moçambicanos, quem de facto ele é. Disse-o autobiografando-se, tal como o solicitámos:
Cidadão com um passado que diz ser igual ao de muitos moçambicanos, nasceu na província de Inhambane, arredores da sua capital provincial, no lugar que se chamou Santarém (agora bairro da Liberdade), onde cresceu, fez o ensino primário e saindo daqui fez o primeiro ciclo do secundário, na capital provincial.
Nos fins de 1980 saiu desta para a província de Gaza onde começou com aquilo que considera novos desafios, tal que nos princípios de 1981 teve a primeira passagem pelo aparelho do partido de que hoje é chefe ao seu mais alto nível executivo.
Trabalhou como estagiário na sede provincial do Partido, no Departamento de Trabalho Ideológico, entretanto num espaço de menos de seis meses. Na altura, os quadros da Frelimo cruzavam-se com muita facilidade e naturalidade com os do Estado. Estava-se no monopartidarismo. Não foi difícil, por isso, que Roque Silva tivesse passado para a Função Pública, onde faz o primeiro curso, de escriturário, no Centro de Formação de Quadros, em Chongoene.
A seguir começa a trabalhar na Administração Pública, especificamente na Direcção Provincial de Apoio e Controlo (hoje equivalente à Secretaria Provincial), depois do que foi transferido para o distrito de Guijá.
“É aqui onde começa todo um percurso que se desenvolve até aos nossos dias”, diz o entrevistado, que trabalha como terceiro escriturário, assistente na direcção distrital de Apoio e Controlo, antes de temporariamente ser movimentado para a então Localidade de Mabalane, quando pertencia ao distrito de Guijá, onde interinamente desempenhou as funções de chefe daquela área administrativa.