– Padre Filipe Couto, falando por ocasião do aniversário da independência.
Combatente da luta de libertação nacional, intelectual e antigo reitor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Filipe Couto admitiu, numa entrevista exclusiva ao nosso semanário, por ocasião do 42.º aniversário da nossa independência que se comemora hoje, que o Parlamento moçambicano está embaraçado com o assunto das viaturas de luxo destinadas a alguns dos seus membros.
É por isso, na sua opinião, que há um partido que disse que devolveria as viaturas, outro disse que era matéria de discussão e um ainda que não se pronunciou.
“Os jovens querem aviões, computadores, comida. Mas não é o governo que lhes vai dar porque, no fundo, são eles próprios que devem encontrar caminhos para satisfazer as suas necessidades. Eles têm mais possibilidades do que aquelas que nós tínhamos há 40 anos. Têm mais instrução, mais meios para serem instruídos e poderem decidir melhor”
“Quando eu entrei na Frente de Libertação de Moçambique, fui eu que entrei. Juntei-me à Frente, dentro de imensas dificuldades. Há quem achava aquilo uma verdadeira palermice! Reprovou! Eu decidi, mesmo assim, trabalhar com o que me era a alternativa para chegarmos à independência”
“Talvez mudar a maneira de ensinar, talvez fazer menos advogados, ou fazer advogados capazes de também pegarem na enxada. Juristas capazes de ser agricultores. Por exemplo, eu sou professor da universidade, mas tenho uma pequena moageira na Zambézia, em Mocuba”