A entrada em circulação da terceira série da moeda nacional, na passada sexta-feira, foi assinalada pela colocação de enormes desafios ao nosso país, sobretudo numa altura em que diversificados projectos estão em curso para dinamizar a nossa economia.
O Banco Central escolheu o lema “desafios e perspectivas” por considerar como tema fulcral para assinalar a entrada em vigor da nova série da moeda, abrindo espaço para o futuro da dinamização da economia.
O vice-governador do Banco de Moçambique, Victor Gomes, durante as Nonas Jornadas Cientificas, acto que marcou o 37º aniversário da criação do Metical, vincou que o financiamento de economias em vias de desenvolvimento continua a representar um desafio para os governos.
Os elevados níveis de pobreza, associados a baixos rendimentos, estados que nos caracterizam, conforme referiu Victor Gomes, resultam em níveis de poupança ainda baixos e insuficientes para satisfazer as necessidades de investimento.
Um quadro apresentado naquele evento demonstra que Moçambique ainda se debate com um défice de poupança doméstica para financiar as suas necessidades de investimento e, consequentemente, poder romper com o ciclo da pobreza.
No cenário ilustrado, O Banco Central refere que o défice entre a poupança doméstica e o investimento, resultante do Produto Interno Bruto (PIB), rondou os oito pontos percentuais, no ano de 2016, ao nível dos países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), enquanto, em termos médios, em Moçambique, se fixou na casa dos cerca de 34 pontos percentuais.
Nas Nonas Jornadas Cientificas, que consagraram mais dois trabalhos de investigação, subordinados ao lema “Financiamento à Economia Moçambicana: Desafios e Perspectivas”, foi destacado que para suprir o défice, Moçambique tem beneficiado, há vários anos, de recursos externos em forma de donativos e de créditos concessionais e não concessionais, por parte de instituições multilaterais e bilaterais.
