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Chiúta celebra ressurreição de Ingland

Por admin

Está escrito algures que todos que partirem, à terra retornarão para prestarem contas a Deus. E por ser 

verdade, o distrito de Chiúta, em Tete, precisamente na vila de Manje, está em festa pela ressurreição  de Fernando Ingland.

O “Diário de Moçambique” foi a Manje buscar a inédita estória com contornos de magia negra, porque o curandeiro, em contacto com a metafísica, concluiu que esta ressurreição, sete anos depois, só pode ser produto desse tipo magia.

A história começa assim: numa tarde de 2005, Fernando Ingland recebeu do patrão o seu salário, na região de Luia, ainda no distrito de Chiúta. Entendeu fazer as malas e seguir para casa, mas, como não havia “chapa”, trepou num camião de longo curso. Ao descer, embateu na porta e caiu, tendo fracturado a perna esquerda.

Foi evacuado para o Centro de Saúde de Manje, mas, devido à gravidade do ferimento, foi transferido para o Hospital Provincial, onde permaneceu um mês e duas semanas.

Registando melhorias, recebeu alta médica e regressou para a casa dos pais. Voltou a queixar-se e socorreu-se no Centro de Saúde local. Aqui foi internado e no segundo dia, cerca das 16 horas, perdeu a vida. Isso aconteceu no dia 11 de Setembro de 2005, conforme jura Alberto Luís, irmão do malogrado.

O pessoal sanitário colocou o corpo na morgue, e no dia seguinte o pai do falecido, Ingland Alberto, alugou um carro para transportar a urna para o cemitério, mas antes passou pela casa do finado, para o velório. Um velório bastante concorrido, como lembra a família.

O funeral aconteceu cerca das 16 horas, no cemitério de Chuambo, onde até hoje tem lá uma campa que os familiares de Fernando cuidam.

O irmão de Fernando volta a jurar que “fomos enterrá-lo, sem sombra de dúvidas. Pusemo-lo no caixão, que mandámos fazer e transportámos do hospital até aqui em casa e daqui para o cemitério”.

Mas o falecido conta a sua verdade: “Estou bem, nunca morri. Estive a trabalhar no Malawi”. Fernando diz mesmo que quando as pessoas começaram a carregar o caixão para o cemitério, ele escondeu-se atrás da porta.

Na altura, Fernando, hoje com 32 anos, lembrou-se da mãe, tendo tentado puxar-lhe pela capulana, mas, dolorosa, a dona Maria Canhimbe não se apercebeu e Fernando seguiu também a multidão desconsolada no cortejo fúnebre.

Manuel Kampaunde, tio de Fernando, afirma estar admirado “porque eu próprio enterrei este sobrinho”.

Desde o regresso de Fernando a Manje, dia 18 de Outubro, que a vila não pára de receber visitas de gente curiosa em testemunhar a ressurreição de Fernando Ingland. Dórica Manuel é tia de Fernando e manifesta entusiasmo: “isto é uma maravilha. Que Deus lhe abençoe”.

Bula Bulafaz o coro: Que Deus lhe abençoe, Fernando!

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