Regra geral, os presos se dizem inocentes. Nunca assumem as culpas. Exceptuando, claro, raríssimas excepções. É assim aqui. É assim em todo o mundo. Também é verdade que, quem está preso, almeja coisas que só poderia ter acesso estando cá fora. Faz parte da natureza humana. Por isso mesmo é que existem as cadeias. Para restringir as liberdades dos prevaricadores.
Mas essa coisa de restringir tem as suas nuances; Bula-bula visitou recentemente uma cadeia na capital do país e viu como os presos vivem a liberdade. E que liberdade. Os tipos nem parecem prisioneiros. Estão, alguns, visivelmente “numa boa”. Bebem e fumam à grande e a francesa. Intrigante. Bula-bula procurou perceber como é que pessoas privadas de liberdade conseguiam obter drogas e álcool. Ninguém falou. Mas como ninguém resiste a um burro carregado de ouro…
Verdade, verdadinha, como as verdinhas da terra do Tio Sam, há agentes da lei que pedem dinheiro aos presos.
Caramba. Alguma coisa vai mal mesmo. Como pode ser assim? Um tipo preso a ajudar o seu próprio carcereiro? E como ele (o prisioneiro) consegue ter os tais fundos para ir emprestando aos guardas prisionais?
A verdade é que a cadeia é mesmo um mundo a parte. Ali as regras estão invertidas. Quer dizer o agente está mais preso do que o criminoso. É isso. Se até para ir para casa depende do seu prisioneiro.
Bula-bula acha que alguém devia pôr o guizo ao gato. É preciso acabar-se com aquela anarquia. Presos visivelmente “pedrados” a circularem pelo pátio. Não pode ser. Ali deviam ser reabilitados para voltarem para a sociedade com outra mentalidade. Nada. Alguns voltaram piores ainda… e a sociedade vai pagar caro por isso.
Já Neruda alertava para as consequências dos nossos actos. Vale para os agentes que trabalham ali. Se escolherem mal irão sofrer as consequências. E nós também se continuarmos a fingir que não vemos o mal que ali floresce.