Noel Langa faz parte de uma galeria de artistas que pertencem ao mundo. A sua arte ultrapassou as fronteiras físicas do nosso país para aportar nos quatro cantos da terra. Tal como Malangatana, Chissano, Samate, Shikani ou Mankeu, venceu a acção limitante do tempo. Em vésperas de celebrar o seu octagésimo aniversário natalício, Noel Langa abriu as portas do seu Centro Cultural Arco-Íris para uma fugaz visita à sua própria trajectória.
Modesto até ao tutano, Noel, filho de João Langa e Ester Parruque, cedo descobriu em Chilumbela, Mandlakazi, província de Gaza, onde veio ao mundo a 30 de Outubro de 1938, que a sua vida seria pejada de cores. Os contrastes da areia, entre o branco e o vermelho, foram a sua primeira tela alicerçados pela participação nos trabalhos de cerâmica produzidos pela mãe.
Mas antes de se firmar como um dos nomes maiores das nossas artes plásticas, o Mestre Noel Langa – cujos pais sonharam que se tornaria um padre – trabalhou numa casa particular, foi funcionário da Casa da Moeda, foi pintor na construção civil, foi telefonista. Trabalhou numa empresa de frio e chegou a dirigir uma empresa mas a pintura sempre reclamou o seu quinhão.